quinta-feira, 5 de maio de 2016





A poesia,
Quando acaba,
Se acaba...
Nada que
Se possa fazer
Para remediar
Um verso
Que se nega ser.
O lápis não escreve
O que deveria
Descrever.
A mente esquece
O que não deveria
Esquecer...
Daí... Nada a se fazer,
Senão mudar
De assunto
Outra vez...










Permeio a mão que veio,
No veio de meu permeio,
Das quantas vezes o meio
Seria a paz merecida vero,
A mesma que ainda espero
Entre as palmadas do veio.
Permeio a ação desse meio
De onde posso dever-me
À ação de mais esteio...
Do qual não espero,
Enleio.

















Esses ossos velhos
Do pinheiro apodrecido
Lembram
Meus tempos vividos...
Entranhadamente parecidos,
Como fôssemos do mesmo veio,
Este,
Que produziu pinhas e espinhas
E não se sabe vencido
Pelas intempéries da lida...
Esses ossos velhos,
Desse cara esmaecido,
Lembram
O velho pinheiro e suas pinhas,
E meus espinhos...
E nossas vidas.











A primeira impressão


A primeira impressão,
A que ficou do olhar,
Do maneio,
Do piscar ao vento leio
Intenções atabalhoadas
E um primeiro gelo
Na espinha espinhada...
A primeira impressão,
A que me veio, trouxe
Uma segunda olhada,
A que prendeu-me
A esse olhar nevoado
Entre esgueiro
E afanado veio...













A deseducação como método


Impensável granjear valores
Sob a tutela mal ajambrada
De semialfabetizar,
Numa régua passada por passar,
Saber por dessaber...
Indo à carga...
Abreviando palavras,
Na troca por símbolos erráticos
Em gestos insensíveis ao tato,
Em inaudíveis recados de sons,
Extrapolados
Nos pensares sem morada.
Essa palavrosa livre
Na malsucedida lavra,
Tantas vezes ditas as semânticas
Incitadas a dizer valores,
Sua verve grafitada nesses gestos,
Lamentando a formação de estilos
Mortos de whatsappadas...
Lidas por manadas.

sergiodonadio.blogspot.com
editoras: Scortecci, Saraiva. Incógnita (Portugal) Amazon Kindle, Creatspace

 Perse e Clube de Autores

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