sexta-feira, 9 de março de 2018






Apelos


As luvas
Deixadas na cadeira vazia
São a presença tardia
Dos adeuses…
Que não se vão as pessoas
Cujas mãos socorreram,
Os socorridos não são
Tão fortes…
Que não se desolhem
Das fileiras as premências,
Elas não são tão serenas…
Que tempo é este
De gritos por socorro
No silêncio dos passantes
Ausentes?








Premências


Do que se alimenta
A urgência dos batalhados?
Será a premência dos fatos,
Ou dos boatos?
Será o grito dos fracos,
Ou a ordem dos fortes?
Do que realimenta
A premência das guerras?
Já lá se vão gerações
Aprisionadas em cadeias
Ou nas ignorâncias…
Do que se alimenta
Esse cabrestamento
Dos ignaros na corrente
De ferro ou de outro aço?
Tornozelados serão vistos
Arrastando-se no caminho,
Atrás da sorte ou da vontade
De um deus que os reparte
Em pesos de ouro,
Ou de atos.


O cortejo
(A esses tempos eletivos)

Passam pela nossa rua
Espécimes desaparecidas
Ao tempo das regalias…
O féretro se defende das malhas,
Aquelas esferas metálicas
De jogar com os dias,
Diz-se que foram dizimadas,
Diz-se que foram desistidas…
Qual nada…
Passeiam pela rua almofadadas
Em caixões de primeira freguesia…
E através do tempo desalmado
As almas choram suas agonias.
Entre o aqui agora e os ontens
Uma correição de vítimas
Se alonga ao canto fúnebre
Das elegias…


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