segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015



500


Encomendamos a placa
Com o número da casa.
Escolhidos formato e tamanho,
Vieram instalar.
-Ficou pequeno.  Ela disse.
Esperamos um ano,
Mandei instalar o mesmo.
-Está muito bom. Ela disse.
Por isso nos damos bem
Há quase meio século...


















Nada tenho a esconder
Mas há pergunta capciosas
Que hesito em responder...









O amanhã não é destino,
É consequência...











Perecíveis


Bate
Na perenidade da pedra
A efemeridade do homem.
Homem que se entroniza rei,
Deus, escravo e senhor...
E morre.
Na sua dor e odor de homem
Se sente pedra
De alma e coração
E uma ilharga suspeita
De ver-se em rendição.
Cansado, vivido, usado,
O homem não é mais pedra
Feita estátua de homem
Perecível na estação
De chuvas torrenciais,
Calores de aluvião.
A pedra continuará a reinar,
Sendo chão.






Figuras


Uma figura de medo
Persegue os imortais...
Tudo desmorona na vigília
De seus restos
Consumidos ser extintos
Aos vermes...
Aos vermes!
Senhores donos do dia,
Aos vermes...
Madames de hierarquia,
Aos vermes...
Governantes surripiadores,
Aos vermes...
Só ficará na memória
O nome de rua, praça,
Exílio de carcaças
Carcomidas aqui,
Antes de mais nada.

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