domingo, 8 de fevereiro de 2015




Alguém que não guardou
Para o amanhã que é hoje,
Pensa no suicídio a resolver
O “irresolvível”...









Usurpadores, malas cheias,
Que logo serão soltos...
O mundo está pondo fogo
Mas nós somos outros






Ateus


O livro aberto
É um hospício
Acatando palavras loucas
Expulsas das ruas
Por sua loucura
De dizer-se sincera
E amável em nome dele,
Enquanto aferroa outras
 Menos capazes de se defender.
O livro, esse hospício,
Tenta curar palavras
Que juram te visto deus
Fora de suas páginas,
De seus dogmas,
De suas verdades
Mentirosas.







Ouço a montanha


Ouço a montanha
Assobiando ventos
De cima para baixo,
Dobrando caules novos
À sua verdade...
Ouço a montanha
Reclamando as águas
Que descem riachos
Sobre mansas taboas...
Todos somos sinceros
Frente à força de arguir
Dessa montanha braba.











Desconsolos


Na praça
Uns senhores idosos,
Velhas carcaças,
Jogam dominó, tranca,
Assuntos afora...
Outros assistem aquietados.
Numa mesa à distância
Uns bêbedos,
Com seus olhos inchados,
Balbuciam iniquidades,
Como certos políticos,
Cuidam de uma vira-latas Empanturrada de restos
Deitada um papelão sujo.
Me assusta o jeito
Como esperam pela morte.
As pombas ciscam na calçada
O farelo disso tudo.

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