quinta-feira, 13 de agosto de 2015



Se estou vivo   1976

Se não ouvir de mim
Que estou vivo, então
Que faço ouvir lamúrias
Dos passantes suplicantes?
Se nem explicar-me posso,
De que vale sentir poesia
Nas coisas mortas?
Da jabuticabeira seca,
Do lenho de seus galhos
Farei bela fogueira...
Mas,
Nunca amansará a fome
Por jabuticabas...
Desse meu resto de poesia
Em má formação
Terei somente lenha seca
Na fome por expressão
Que me comeria entranhas...
Aqueço os pés frios
Nesta coberta morna
Mas estarei pela aí
A procura de jabuticabas
Novas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário