quarta-feira, 19 de agosto de 2015



Leitura lenta


Cada dia um momento de espera...
O que virá agora pela porta aberta
À aventura?
Releio Bukowski tentando entender
Seu desabafo escatológico
Nas noites vadias das pensões,
Cortiços,
Bares sujos, putas sujas,
Eventos... Eventos...
Algo em torno disso é que espelha
A profusão de ideias canhestras
Desse gênio...
Vomitadas a esmo pelas folhas soltas
Dessas tardes mofas...
Cada momento é mais um dia...
O que espera a fantasia?
Temos uma aurora barulhenta
Aos ouvidos dormidos das noites
Relevando palavrões e revelando
Açoites aos costumes vadios
Das vadias...


À paz


A paz, enfim conseguida,
Traz uma planura de intentos
Amontoados nos dias lentos
De agora... Somos dores nas juntas...
Talvez na consciência,
Sei lá quantas haveremos de cumprir
E aceitar... Daqui em diante o quintal
Torna-se maior, pequeno que era,
A calçada tropeça  na rótula,
Os carros são mais velozes
E menos cuidadosos ante
A perna troncha dos ‘terceiridados”.
Toda a pressa da juvenilidade
Atropela projetos, invade o espaço
Denominado privativo,
Vago para idosos...
Mal acabados sair das timoratas
De um trabalho penoso efeito,
Para recriar gerações novas
Para velhos sonhos
Desfeitos...

Sergiodonadio.blogspot.com

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