terça-feira, 1 de setembro de 2015



Estantes


Repleta de ocupações
E desocupações
A estante virtual que me poetiza
Tem limites a alforrarem,
Bato em pedra pedra,
Sonho brisa...
Ambos na mesma estante
Sem títulos compartidos,
Apenas um leve alívio
Ao grito.





Na poesia a se falar
Não se divide estrofes
Para não se deixar vazios...





Julgamento


Devagar divagando
Ouço pessoas pessoando...
Peças que soam como sinos
Aos meios dias de cada uma...
Tilintando cumprimentos
Pelos tentos... Detentos...
Elevando-se da escureza,
Amanhecida débil, tonta,
Ressacada ao vinhodontem...
Pessoas que ouço e são escadas,
São poleiros que desgrano,
São degraus, dez graus,
De tempo inteiro... Pessoas...
Peças que já não soam,
Apenas gemem suas dores
Pessoais, inconsoláveis...
Assim atoa.

Sergiodonadio.blogspot.com




Vestíbulo


Abro o guarda-roupas...
Estão ali meus comparsas,
Enfileirados encabidados
Esperando vestir-me
De gala ou de galo...
Roupa de muito uso,
Roupa ainda sem uso,
Em uso como eu mesmo...
Lesado pelo seja leso
Entre as planuras da reza
E a cultura do sebo...
Com cheiros... Bravuras...
Segredos?  Degredos!
Apenas a prostituta delas
Pode vestir-me mancebo.

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