sábado, 5 de setembro de 2015



Presa fácil

O cultor de versos tísicos
Pode ser o amo da verdade
Que amamenta as versões
Da mentira dando-lhe vida
De criatura devera versátil.
Presa avara, não tão fácil,
Quando se faz feroz seca
As palavras e as solta sobre
Desafetos com suas adagas
Ferindo-os de morte antes
Que saibam foram feridos.
Presa difícil essa tal poesia
Que, com sua sinceridade,
Mente, diz-se de verdade
Um mentiroso com sorte
De viver-se caminhando
Sobre brasas sob a brisa,
Sobre águas e ombros.
Cansada, a presa ferida
Sucumbirá pela palavra...
Mas não será vencida!



Adeuses

Apenas um lenço
Como despedida,
Num facho de luz
A buscar saída...




Gralhas

A mínima força da asa
Move um corpo...
Seria muito, não fosse
Tamanho esforço.


Alguém pisou na grama


Alguém pisou na grama,
Amassada ela ergue-se,
O pisador manca o passo
Na direção perambulada...

Despercebido tudo passa,
O vento crispando ondas
E soltando folhas fracas,
O fogo ardendo brasas...

Do andamento da lua
À viscosidade do réptil
Plena fria madrugada

Tudo passa despercebido
Ao olhar do homem
Cuidando seu umbigo.

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