quinta-feira, 10 de setembro de 2015



Justaposições


Queremos sobrepor
Os pedidos malditos
Aos achados benditos...
Isso é, talvez, a tranca
Que arrefece a força
Da caminhada.
Pensar grande sobre miudezas
Dá muito trabalho,
Não cabe a ação na reação,
Não cabe o sonho na realidade...
O pensamento irrisório
É a razão das falcatruas,
Infartos, manobras incidentais...
Por aí afora se vai
A sobrepujança do amor
Sobre o riso da dor,
Aquele, amarelo de sofrer




Louvação


Louvo a terra em que nasci,
A mesma que nasce em mim
Dia a dia, intemporalmente...
Somos parceiros no cerne
De cada porção evasiva,
De cada passo tropeçado
Nessa lida.





Ocorrência


Os dias tornam-se minutos.
Nos arredores da dor
O tempo é dono absoluto
Do humor...


                          Retrogradar

Voltemos ao dia da criação...
Não do mundo, da pessoa
Dentro de cada um
Aqui presente...
Voltemos ao momento da dor,
À inércia do momento
Da placenta tornando
Gente o projeto...
Voltemos ao interior da mulher
Alimentando o feto,
Se descuida ao fumo
Desfaz-se reto.
Voltemos à primeira indagação
Ainda no olhar surpreso
De esse ser fatigado,
Nascituro leso.
Voltemos à razão de ser
De cada um de nós
Nessa babel de línguas
Recém feitas...
Qual receita fabricará direito
O próximo ser perfeito
À imagem desse deus
Desfeito?


Pesares


A lágrima nadando
 Pelos olhos
Ainda não desce,
 Apesar
Da dor esperando
 Dentro...

O silêncio da lágrima
 Enternece
E contraria a dor...
Ambos viajam
Pela mesma prece
Sem pensar.

Apesar da dor
Esperando dentro
O amor floresce
O tempo vindo
Desde antes
                                 Ao depois.

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