quarta-feira, 19 de abril de 2017

 NINHO DE VESPAS

Existe uma Lei mais forte, da natureza humana, que envelhece e fina depois de anos a fio na vara do guatambu, queira ou não queira a lei precisar anos de recolhimento ao ano de fina mento, quando o corpo não obedece gestos simples de caminhar longe ou abraçar longevidades, agora inalcançáveis: O tempo da aposentadoria, quando já não podem os membros trabalharem o ofício de anos a fio. Querem os senhores mandatários igualar o serviço braçal das pessoas proletárias(que vivem apenas do rendimento do seu trabalho manual) ao trabalho intelecto das pessoas escriturárias, o tempo varia a cada dia sob sol e chuva ao dia sob ar condicionado das salas de mando, sem contar,  ou contabilizar as infâncias de pessoas no campo ou nos bairros proletários, que logo cedo, no cedo de suas vidas, batalham pelo pão do dia, confrontadas às outras, que desde cedo têm por oficio estudar duas décadas ao menos, para depois começar a suar, ou não, as profissões escolhidas. Assim, como sempre, a igualização por idade vivida não promove a igualdade de valores, nem nominais, nem temporais, findando o tempo de “contribuição” na sexta década de vida em ambos os casos, aleatoriamente ao desgaste. Pois bem, propala-se um cálculo matemático, de válida apreciação: Salário mensal R$ 880,00 Contribuição INSS R$ 176,00 Aposentadoria Integral 35 anos = 420 meses a R$ 176,00 na poupança de 0,68% R$ 422.784,02. Considerando-se a expectativa de vida em 75 anos, e que, em média, o brasileiro que se aposentar com 60 anos, receberá aposentadoria por 15 anos, 37,5% daquilo que lhe foi tomado pelo governo. Aumentando para 49 anos, o trabalhador acumulará R$ 1.365.846,02 e receberá menos, pois terá mais tempo de contribuição e menos de gozo da aposentadoria Esses cálculos foram feitos pelo cientista político Itamar Portiolli de Oliveira, são reais e facilmente constatados. Agora, comparando com outros sistemas: Chile 20 anos de serviço, 55 de idade. Argentina 30 anos de serviço, sem limite de idade. Média na Europa 27 anos de serviço para 52 de idade. Usando outros dados: a Previdência Social foi superavitária por anos a fio, quando muitos pagavam para poucos aposentarem. Nesse período o caixa foi usado para cobrir déficits do Tesouro, segundo consta. Por este prisma não seria hora de o Tesouro devolver o “empréstimo”? Ainda no fechamento do caixa, no regime dos servidores públicos, o déficit em 2013 foi de R$ 40 bilhões. Para 670 mil aposentados. Já a previdência dos militares, com 270 mil beneficiados, teve R$ 22 bilhões de déficit. Juntos, esses dois grupos somam cerca de 1 milhão de aposentados e déficit de R$ 62 bilhões. No regime geral da previdência social, pelo qual 24 milhões de beneficiários recebem aposentadorias e pensões pelo INSS, o déficit chegou a R$ 50 bilhões. Ou seja, cada aposentado do setor privado recebe, em média, 30 vezes menos que aposentados do setor público. Somando-se a esse furo as aposentadorias e pensões públicas, sabidamente acima do teto, em sendo equalizadas aos valores mais modestos, também ajudariam resolver um problema que está sendo empurrado para os mínimos assalariados pagarem. Mas quem vai mexer nesse ninho de vespas?

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