quinta-feira, 5 de novembro de 2015



Pelos vazios da noite


Pelos vazios da noite
Pensemos claro
Na claridade
Do silêncio horário...
Pelos vazios da noite
Sonhemos sonhos
Que nos sejam graça...
Pelos vazios da noite
Orcemos obras
Inacabadas, prontas...
Pelos vazios da noite
Casemo-nos mil vezes
Numa mesma festa
Nessa indigesta fase
De não dormir a noite
À espera do sonho
E sua estral promessa.











De tudo quanto passa
Fica alguma saudade.
Esquece o que te fere,
Ame o que te abraça...









A comida pouca
Engana a boca...













No tempo das assombrações
Se corria a medo do imaginado.
Agora as assombrações correm
A medo do real assalto irado









Da desolação fica o fato:
Do grito sem motivo
Ao rabo preso do gato...












Quando, à partida,
Sombras desfazem-se,
A nós, sem sombras,
Se repetem as ânsias...








As sombras deixadas ficar
Não pesam ao corpo rijo
Na escureza de sua campa...
Apenas embalançam o ar.

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