quinta-feira, 2 de julho de 2015




As manias de correr
Concorrem
Com a preguiça de sair
Do óvulo...





Dobraduras

A emoção é tão bonita quando
Exprimiri-se-a em letras sobre a areia,
Sobre a grama molhada pelo sereno,
Sob a sacada curva de uma laje...
Nossas mentes passeiam por essas imagens
 deixadas fluir do nada
Entre as palavras guardadas e os pios
Das manhãs enevoadas...
Pequenos seres bebendo nas fontes
Sem pensar que elas farão rios
E descerão para os grandes mares...
E voltarão a serem nuvens,
Numa próxima manhã voltarão
Às sacadas e poças num chão prateado
Pela aparição das gotadas névoas...
E a emoção será tão bonita outra vez
Nesses vitrais com seus pequenos
Seres voltando a ser.





Ramos nus


Esses ramos nus
Do inverno
Nos dizem o que
Não queremos saber...
Que, gélidos,
Desarticulados,
Encolheremos-nos
Para sobreviver...

Esses ramos nus
 Mostram verdades
Sobre as próximas
Estações...
Esperam pelo florir
Da primavera,
Enfrentam o outono
Ainda melhor.

É que não sabemos
Desfolhar a espera...
Esperar... Que passe
A dor do frio
Em nós.

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