quinta-feira, 23 de julho de 2015



FISICALIDADE


Os ossos
A verter carnes e peles,
A múmia desmumificada
Ficará guardada por tempos
Até que se precise do espaço
Para a sepultação do próximo
Esquecimento...
Do pó ao pó retornaremos?
O pensamento voejará por cima
De tudo isso, matéria enterrada
No labiríntico canto da memória,
Resta o imaterial: o sonho,
A alma do entristecimento
Pelos ossos deixados brunir
Ao tempo...


Sergiodonadio.blogspot.com






Vire Maria


Maria que se fez santa
Da santa que se fez Maria?












Do desafeto fica o intuito:
Enquanto o amor é verdadeiro
O ódio é finito.






O mar


Embora a superfície
Esteja calma, seu coração
Revolve-se compulsivo
Na tectônica pedra imersa
Na tensão meio às algas
Pregadas nas rochas
Das vulcanizações...
Há tanto tempo acalmadas,
Como nossas almas
Tribuladas por nossas
Tectônicas sensações
De breves paixões
Acumuladas,
Embora na superfície
Estejamos calmos...











Nada procuro
Que valha a pena
encontrar.
Apenas um tanto
dessa pena
Aturo
entre instituições
amáveis,
Guardo das mágoas
O último entulho.
Encontro no olvido
O que inda procuro
Desse enduro.










O tempo inconcluso


O tempo inconcluso
Traz-me o futuro,
Passada a fase
De penar enduros...
O tempo inconcluso
Faz-me pronto
Para o sonho novo,
Esse que busca em mim
Todo esforço
A juvenilizar
O que sorvo desses dias
De sonhar o novo.














O penar é curto espaço
Entre o a fazer e o não feito.
O que possa remendar-se
Dos defeitos.








A mágoa tem sobre nós
Um grande efeito:
O de pensar não ter feito
O que poderia ter feito.

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